Em entrevista ao site Metrópoles, presidente da República disse que não viu “nada contundente” no depoimento das vítimas
Mas um grupo de colaboradoras da Caixa reagiu, em nota: “Deveria ser motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para ‘massagens’, ‘banhos de piscina’ ou idas a ‘saunas’ sejam naturalizados e tidos, repetimos, como ‘não contundentes’ pelo chefe do Poder Executivo”, diz o texto.
As colaboradoras da Caixa que acusam o ex-gestor prosseguem dizendo que “é motivo de indignação e revolta que as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização que um presidente da República deveria ter compromisso combater”.
“Por fim, em respeito à voz das vítimas reproduzimos integralmente parte de sua manifestação: ‘Seria contundente, senhor presidente da República, se o fato ocorresse com sua esposa ou filha? Acreditamos que sim. Pois saiba que além de mulheres, também somos esposas, filhas, mães e profissionais que foram abusadas, lesadas e agredidas pela conduta de alguém que deveria ser líder, mas que optou por ser algoz”, diz a nota da defesa.
“E, assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar. A verdade, apenas a verdade, é suficientemente contundente para fazer justiça e para que outras mulheres não sofram o mesmo que nós”, finalizam as vítimas no posicionamento.
“Nada contundente”
Em entrevista ao Metrópoles, o candidato à reeleição foi questionado se acredita que as acusações são verdadeiras. “Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher… Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que isso [assédio] poderia ter acontecido. Está sendo investigado”, afirmou.