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São Luís (MA), 27 de outubro de 2024

Anunciado plano de preservação do Cerrado após alta no desmatamento

Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, juntos, concentram 75% da área desmatada. Goiás e Mato Grosso tiveram as maiores quedas: 18% cada.

O coordenador da ONG Mapbiomas, Tasso Azevedo, avalia que o resultado é preocupante:

“Tem que lembrar que o Cerrado é menos da metade do tamanho da Amazônia. Então, esse desmatamento no Cerrado é, proporcionalmente, quase duas vezes o que significaria na Amazônia. É um desmatamento em uma área muito grande e mais importante: está de forma crescente. A redução forte do desmatamento na Amazônia deslocou o desmatamento para região do Cerrado”.

O pior resultado se concentra na área que os técnicos chamam de Matopiba, que abrange parte dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, concentram 75% da área desmatada. Só a Bahia teve um aumento de 38% no período. Goiás e Mato Grosso tiveram as maiores quedas: 18% cada.

Desmatamento no Cerrado — Foto: JN

Desmatamento no Cerrado — Foto: JN

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Segundo o Ministério do Meio Ambiente, mais da metade da devastação ocorreu em propriedades particulares e está de acordo com o código florestal. No caso do Cerrado, a lei obriga o proprietário rural a preservar de 20% a 35% da vegetação nativa.

O governo reconheceu que o Cerrado é o bioma mais ameaçado do país e que precisa de ações específicas de combate ao desmatamento. Entre as iniciativas anunciadas nesta terça-feira (28) estão:

  • ter mais controle das autorizações de derrubada da vegetação nativa, concedidas por estados e municípios
  • aumentar a fiscalização sobre a legalidade do desmatamento
  • expandir as áreas de proteção

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o Brasil chegará à COP28, a Conferência do Clima nos Emirados Árabes, de cabeça erguida em relação à queda do desmatamento na Amazônia, anunciada no início do mês. Mas que, em relação ao Cerrado, chegará com um grande desafio pela frente. A COP28 começa na quinta-feira (30).

“Nós fizemos questão de colocar o dado antes da viagem, exatamente para mostrar que não é com o negacionismo que se resolve o problema. É fazendo o diagnóstico e apresentando as soluções, como lançando já no primeiro ano, nesse primeiro Prodes do cerrado, o plano de prevenção e controle do desmatamento do Cerrado feito em tempo recorde. E quando ela é feita de forma continuada, funciona”, afirma a ministra.

Fonte: G1 Mundo

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