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São Luís (MA), 27 de outubro de 2024

Historiador ressalta resistência da música negra em entrevista ao ‘Diário da Manhã’

Tony Araújo reforçou que momento deve ser de reflexão, devido ao racismo estrutural e à desigualdade social que atingem os músicos

Agência Assembleia

O historiador e músico Antônio Carlos Araújo, conhecido musicalmente por Tony Araújo, falou sobre música, história e resistência negra, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta terça-feira (21), por conta da passagem do Dia da Consciência Negra (20 de Novembro).

O historiador afirmou, durante a conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo, que o momento deve ser de reflexão, devido ao racismo estrutural e à desigualdade social que atingem a categoria dos músicos.

Tony Araújo, além de historiador, pesquisador, músico e ativista, possui formação em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), concluída em 2015; mestrado em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), concluído em 2018; e é autor do livro “O lugar do jazz na construção da música brasileira” (NEA, 2016), entre outras produções que entrecruzam história e música.

“Sou um investigador interessado em música popular brasileira/música instrumental brasileira, me dedicando a estudar os impactos sociais, político-culturais e construções simbólicas em torno do jazz no Brasil”, afirmou.

De acordo com o autor, o livro “O lugar do jazz na construção da música brasileira” tem a finalidade de estabelecer uma retrospectiva na história negra do Brasil, a partir da data de 1850 até meados do século XX, mantendo um diálogo sociocultural, pela descrição do seus atos de força e coragem através da língua portuguesa, mostrando a sua atuação, seus hábitos e formas de resistência ao longo deste período e presentes no momento contemporâneo.

“O racismo, o preconceito e a desigualdade social existem e ainda não se tratou a causa, porque a questão negra e indígena ainda é apresentada de forma marginal e com falhas nos livros didáticos, por propagarem conceitos depreciativos, não exibidores dos lados antagônicos para a reflexão e construção do senso crítico”, lembrou.

Tony Araújo enfatizou, ainda, a condenação ao racismo estrutural e à discriminação que ainda enfrentam os músicos negros, apesar de serem maioria e estarem envolvidos na criação de vários estilos musicais.

“Além das músicas engajadas de protesto da MPB, que todo mundo conhece, é preciso pontuar também cantores instrumentistas que nas Américas e no Brasil são negros ou indígenas. Só que esses não recebem a valorização; recebem pagamento ou salário menor”, lamentou.

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