O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) realizou a implosão, neste 2
de fevereiro, do restante da estrutura da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava
Aguiarnópolis, no Tocantins (TO), a Estreito, no Maranhão (MA). A ponte desabou em
dezembro do ano passado, resultando em 14 mortes, e parte dela ainda permanecia intacta.
Com a implosão da ponte, construída em 1960, vai para o espaço também uma história de
incompetência e descasos para com esse equipamento de transporte público, já que o
acidente, além da tragédia humana com as famílias que perderam seus entes queridos e os
prejuízos econômicos e financeiros incalculáveis causados aos dois estados e aos municípios diretamente atingidos com a queda da ponte.
Até hoje, não houve uma justificativa técnica para o desabamento por parte do Dnit ou
qualquer órgão do Ministério dos Transportes, deixando flagrante o desinteresse pela
conservação da ponte, o que seria o responsável pelo desastre.
Voltando à implosão, o diretor do Dnit, Fábio Nunes, afirmou que a operação foi um “sucesso”
e que, a partir de agora, o foco será a remoção e limpeza da estrutura. Ele ressaltou que a
intenção era evitar que qualquer detrito ou estilhaço caísse na água, o que, segundo ele, não
ocorreu.
A tragédia anunciada
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre Maranhão e Tocantins, desabou em
22 de dezembro de 2024, deixando 14 mortos, depois de vários alertas sobre essa
possibilidade, sem providência alguma.
A estrutura danificada faz parte de um importante eixo rodoviário, pois é ponto de travessia
das rodovias BR-226, que liga Belém a Brasília, e BR-230, rodovia Transamazônica, além da
Ferrovia Norte-Sul.
Dois caminhões que atravessavam a ponte no momento do desabamento transportavam ácido
sulfúrico e outro carregava defensivo agrícola.
A carga contaminou o rio e as buscas chegaram a ser suspensas, sendo retomadas
posteriormente, mas apenas com botes, sem mergulhadores.
De acordo com o Dnit, a operação de implosão foi conduzida utilizando fogo controlado, uma técnica que combina calor intenso e explosivos posicionados estrategicamente para fragmentar rochas. Ao todo, foram empregados 250 kg de explosivos.