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São Luís (MA), 14 de novembro de 2024

População do Brasil chega a 203 milhões, mas cresce menos, divulga IBGE

População do Brasil atingiu 203.062.512 de pessoas, aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, feita em 2010, diz IBGE.
População aumentou, mas num ritmo menor . Covid-19 pode ser uma das causas da redução

O Censo 2022 mostra que a população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, feita para o Censo 2010. Os dados foram divulgados na quarta-feira (28 de junho) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença, de 6,5%, significa que o crescimento médio da população nos últimos anos foi de 0,52%, o menor registrado no país desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo do país.

Os dados têm como data de referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE, eles “apresentam um conjunto de informações básicas sobre os totais populacionais de domicílios no país em diferentes níveis geográficos e diferentes recortes, além de diversos indicadores derivados dessas informações, como a média de moradores por domicílio, a densidade demográfica e a taxa de crescimento anual da população”.

Ainda não está claro qual foi o impacto da pandemia de covid-19, com seu consequente aumento de mortes e redução das taxas de fecundidade, para a desaceleração do crescimento populacional nos últimos 12 anos.

Além disso, evidencia a tendência do fim do bônus demográfico (quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é alta na comparação à fatia de idosos e crianças, o que eleva a chance de ganhos no PIB). Para grande parte dos especialistas, o Brasil desperdiçou a oportunidade, que teria começado há cerca de 50 anos.

Crescimento anual da população do Brasil desde 1872

“Estamos diante dos primeiros resultados do Censo. Nossos demógrafos estão debruçados sobre os números para entender se essa tendência (de queda do crescimento) se acelerou”, explicou o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo. “Fizemos o censo logo depois da maior crise sanitária do mundo, a pandemia de covid-19. Precisamos de mais tempo para entender os efeitos demográficos. Precisamos ser cuidadosos em relação às conjecturas e esperar o trabalho dos demógrafos para entender melhor esse Brasil pós-pandemia.”

Até a década de 1940, havia altos níveis de fecundidade e mortalidade, mas avanços na Medicina permitiram que a população vivesse mais. “Com o início da redução dos níveis de mortalidade, a partir de meados dos anos 1940, e a manutenção dos altos níveis de fecundidade, o ritmo do crescimento populacional aumentou”, sustenta o relatório do Censo.

“Apresentou seu maior pico na década de 1950, com taxa média de crescimento anual de 2,99%. No começo dos anos 1960, inicia-se lentamente o declínio dos níveis de fecundidade e, a partir dos anos 1970, já é possível verificar a redução do crescimento populacional”, acrescenta.

Até hoje, as projeções apontavam que só a partir de 2030 os efeitos do bônus começariam a se dissipar e a população se tornaria majoritariamente envelhecida, aumentando a pressão sobre os gastos da saúde e da previdência social. Mas os demógrafos do IBGE ainda não sabem dizer se este momento foi antecipado pela pandemia.

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