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São Luís (MA), 27 de dezembro de 2024

Desabamento em Estreito. Quem vai pagar por ele?

Quem vai pagar pelo desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, de mais de 500 metros de extensão, sobre o Rio Tocantins, na rodovia BR-226, ligando Aguiarnópolis (TO), à cidade de Estreito, no Maranhão, dia 22 de dezembro (domingo)?
Bombeiros e mergulhadores à postos para a busca dos corpos que caíram no rio com a queda da ponte

Crônica de uma queda anunciada. Assim aconteceu com a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, de 560 metros de extensão, sobre o Rio Tocantins, na rodovia BR-226,  ligando  Aguiarnópolis, no Tocantins (TO), à cidade de Estreito, no Maranhão e desabou dia 22 dezembro (domingo).

Em consequência, pelo menos 17 pessoas morreram, das quais oito seguem desaparecidas nas águas do rio, juntamente com os veículos que estavam na ponte na hora do desabamento, dois deles carregado de ácido úrico e agrotóxicos. Apenas uma pessoa foi resgatada com vida por populares após o desastre.

O Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins afirmou, na quinta-feira (26), que mais dois corpos foram encontrados após a queda da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga o estado do Tocantins ao Maranhão, ocorrida no último domingo (22).

O corpo das duas vítimas foram localizados a cerca de 35 metros de profundidade, durante um mergulho realizado pelo tenente-coronel Rafael Menezes, por volta das 9h50 da manhã.

Segundo Menezes, também foram encontrados quatro veículos, sendo que em um deles havia ácido sulfúrico. “O risco [dos trabalhos] é a profundidade. Não temos certeza se as estruturas [abaixo do rio] estão firmes e se podem ceder ou não”, disse o tenente.

Na terça-feira (24), a Polícia Federal iniciou uma investigação para apurar as responsabilidades pela queda da ponte. As diligências são conduzidas pelas superintendências da PF no Maranhão e no Tocantins, com ajuda da perícia.

A corporação ainda afirma que os agentes atuam agora para traçar estratégias e realizar novos mergulhos a fim de extrair os corpos, dado que um deles está na cabine de um dos veículos, e outro embaixo de um do outro veículo encontrado.

A única vítima resgatada com vida, até o momento, foi Jairo Silva Rodrigues, de 36 anos. Ele foi encontrado por populares com uma fratura na perna e levado ao Hospital Estreito, no Maranhão.

Três caminhões que transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico corrosivo, caíram no rio.

As buscas aos desaparecidos no desabamento chegaram a ser interrompidsa após mergulhadores identificarem que dois caminhões que caíram no rio transportavam produtos de risco. O governo afirmou que a situação estaria “sendo monitorada pelas autoridades competentes”.

A contaminação do rio é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). As causas do acidente são investigadas pelas autoridades.

Três caminhões que transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico corrosivo, caíram no rio.

As buscas aos desaparecidos no desabamento chegaram a ser interrompidas após mergulhadores identificarem que dois caminhões que caíram no rio transportavam produtos de risco. O governo afirmou que a situação está “sendo monitorada pelas autoridades competentes”.

A contaminação do rio é investigada pelo Ministério Público Federal (MPF). As causas do acidente são investigadas pelas autoridades.

. Cadê os culpados?

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que separava o Tocantins e Maranhão e desabou deixando mortos, feridos e pessoas desaparecidas, servia de travessia entre os estados e para atender o corredor Belém-Brasília desde a década de 1960, quando foi inaugurada. Segundo documentos de inspeção feita em 2019 feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), houve uma recuperação estrutural entre os anos de 1998 e 2000, mas passados mais de 20 anos, a ponte apresentava diversos problemas.

O colapso do vão central da ponte aconteceu pouco antes das 15h de domingo (22). Pelo menos dez veículos de pequeno e grande porte estavam em trânsito quando aconteceu o acidente. Até quarta-feira (25) foram encontrados seis corpos e 11 pessoas seguem desaparecidas. As busca submersas foram liberadas no dia de Natal.

Dentre os veículos, havia quatro carretas, sendo duas com mais de 70 toneladas de ácido sulfúrico e uma com agrotóxicos, que deixaram municípios da região em alerta com relação à utilização da água do Rio Tocantins.

Investigações à parte, tudo caminha para que o desabamento não encontre culpados, apesar dos alertas de políticos e moradores de Estreito sobre o estado crítico do monstro de concreto, por onde passavam cerca de 2 mil veículos por dia, sendo considerado a espinhar dorsal da ligação entre Tocantins e Maranhão.

No dia 1º de abril de 2024, outra ponte cedeu na BR-222, perto de Santa Inês, no Maranhão. O incidente ocorreu após um temporal na noite de 31 de março, que fez com que o nível do igarapé que passa sob a ponte subisse. O solo encharcado e a erosão corroeram o aterro da cabeceira da ponte, que caiu na noite de segunda-feira. A ponte já foi recuperada e liberada para o tráfego pelo Denit.

Não houve vítimas humanas, mas o estrago na economia estadual foi visível.

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