Nos últimos dias, a mina 18, perto do antigo campo do CSA, no bairro Mutange, entrou em alerta máximo por risco de colapsar e virar uma enorme cratera que pode ser preenchida por água da lagoa Mundaú. Mais famílias tiveram de ser retiradas às pressas e interdições provocam enormes problemas no trânsito de Maceió, que está em estado de emergência e sendo assistida pelo governo federal
Na semana que passou, Maceió decretou estado de emergência após o alerta de “risco iminente de colapso” da mina 18, que é operada pela Braskem e fica no bairro de Mutange. A Defesa Civil de Maceió afirma que o colapso da mina da Braskem pode ocorrer a qualquer momento.
Estudos têm mostrado o aumento significativo na movimentação do solo na mina, indicando a possibilidade de rompimento e surgimento de um sinkhole, ou seja, uma enorme cratera pode ser aberta na região afetada. Após um período de estabilização, o deslocamento da mina começou a se intensificar nos últimos dias.
A equipe de análise da Defesa Civil disse se basear em dados contínuos, incluindo análises sísmicas. A Braskem, por sua vez, diz que vem “tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências”.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, diz a nota da Defesa Civil.
Segundo a empresa, a extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019. “A Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração”
Mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados, afetando cerca de 60 mil pessoas. A empresa interrompeu a mineração no final de 2019 e desde então vinha fazendo um trabalho de fechamento das minas. A área de risco do mapa definido pela Defesa Civil municipal está 100% desocupada.
Desabamento
O desabamento da mina 18 da Braskem no bairro do Mutange, em Maceió, pode acontecer de duas formas: drástica ou gradual. Dados atualizados pela Defesa Civil neste sábado (2) apontam que a área da mina, no antigo campo do CSA, afundou 13 cm nas últimas 24 horas, um ritmo menor do que os 62,4 cm por dia registrados entre 28 e 30 de novembro.
Em caso de cenário gradual, o deslocamento do solo seguirá de modo lento até atingir a estabilização. Por outro lado, se o cenário for desabamento repentino, ocorrerá o colapso, com possibilidade de abertura de uma cratera do tamanho do Maracanã.
Segundo a Braskem, dados de monitoramento atualizados apontam que a movimentação do solo segue concentrada na área da mina 18. Os dados colhidos são compartilhados em tempo real com as autoridades.
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés, disse que, mesmo com deslocamento de terra mais lento, o colapso da mina “ainda está em evolução” e pode acontecer “a qualquer momento”.